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17 Février 2025
Ainda hoje conhecido pelo seu refinamento e apego às tradições, o Japão mantém-se há séculos como um dos líderes mundiais na produção de chá.
Introduzido no Japão no século VIII, vindo da China, o chá foi consumido pela primeira vez por monges budistas para promover a meditação. Ao longo dos séculos, consolidou-se na sociedade japonesa através da cerimónia do chá, ainda chamada de Chanoyu.
Hoje, embora não seja o principal cultivo em termos de volume, o chá ocupa um lugar fundamental na produção agrícola e económica do Japão. O seu valor reside no seu papel cultural, no seu impacto económico e no seu posicionamento no mercado global.
O chá é cultivado em cerca de 44.000 hectares no Japão, principalmente em regiões como Shizuoka, Quioto (Uji), Kagoshima e Miyazaki. Embora esta área seja modesta em comparação com outras culturas, o chá continua a ser um produto agrícola emblemático, com uma produção anual de cerca de 90.000 toneladas. Simboliza a tradição e a inovação na agricultura japonesa.
Entre as variedades de chá produzidas no Japão, destaca-se principalmente o Sencha, um chá verde que representa cerca de 60% da produção. Existe também o Matcha, um chá em pó utilizado com mais frequência na cerimónia do chá, mas também na cozinha japonesa, especialmente em doces e bebidas, assim como o Gyokuro, um chá colorido, famoso pela sua doçura e riqueza em umami. Sem esquecer o Genmaicha, uma mistura única de chá verde e arroz tufado, apreciada pelo seu sabor a nozes.
Os produtores japoneses destacam-se pelos métodos de cultivo, em particular pela técnica de ensombramento para promover o cultivo de Gyokuro e Matcha, chás biológicos associados a uma imagem de luxo e saúde. Este posicionamento permite ao Japão vender os seus produtos a preços elevados nos mercados estrangeiros.
O chá gera receitas significativas, não só para os produtores locais, mas também para toda a cadeia de valor: processadores, comerciantes e exportadores. Com uma população japonesa muito apegada ao chá verde, o consumo doméstico continua a ser amplamente dominante. No entanto, embora a maior parte seja consumida localmente, a exportação está a ganhar importância. Em 2023, os exportadores de chá atingiram mais de 20.000 toneladas, com um valor estimado de 20 mil milhões de ienes, ou cerca de 135 milhões de euros. Os principais mercados são os Estados Unidos, onde o Matcha é visto como um superalimento, seguidos pela Europa e outros países asiáticos. Um quilo de Gyokuro pode ser vendido até 300 euros, enquanto o Matcha de qualidade premium atinge preços comparáveis.
Em muitas zonas rurais do Japão, a produção de chá é uma actividade essencial para manter o emprego e as tradições locais. As plantações de chá atraem turistas, especialmente em Uji e Shizuoka. O chá é um pilar da cultura japonesa.
Graças à sua rica tradição, o chá japonês parece ter um futuro promissor no panorama internacional. Entretanto, face à concorrência global, será que o Japão conseguirá confiar na qualidade do seu chá para se destacar? Além disso, como poderia o Japão atrair a geração mais jovem e desenvolver ainda mais o chá biológico?